O prefeito de
São Luís, João Castelo, anunciou que a Prefeitura poderá suspender a
concessão dada ao Governo do Maranhão de exploração dos serviços de
abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. A precariedade
nos serviços de fornecimento de água e a contaminação das praias por
bactérias estão, segundo Castelo, provocando danos irreparáveis à
qualidade de vida da população e à economia da cidade.
O prefeito
assinou decreto nomeando comissão técnica para analisar os termos da
concessão e identificar os graves problemas causados ao cidadão. O
diagnóstico da comissão, que deverá ser apresentado em caráter de
urgência, vai apontar ainda providências que devem ser adotadas pela
Prefeitura para regularizar a situação. De acordo com a legislação
federal, os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário
são de responsabilidade das prefeituras. Porém, em 1996, a Prefeitura de
São Luís renovou por decreto a concessão dos serviços ao Governo do
Maranhão.
De acordo com
levantamento preliminar da Prefeitura, nos últimos anos os problemas têm
se agravado com interrupções constantes no fornecimento de água e
abastecimento precário por meio de carro pipa. Além disso, todas as
praias da cidade estão impróprias para banho, devido ao alto grau de
contaminação por bactérias. O assunto virou tema de reportagens na
imprensa nacional, o que pode afetar a economia e o turismo da capital
maranhense. O Ministério Público Federal obrigou o Governo do Maranhão a
colocar placas nas praias com alerta de risco à saúde.
“A Prefeitura
não pode ficar omissa diante de um problema tão grave que afeta
diretamente o povo”, disse Castelo. “Venho acompanhando esse assunto com
muito critério desde o início da minha gestão, inclusive com formação
de grupos de estudo em busca de solução para o problema”, justificou.
Castelo
lembrou que há 30 anos criou o Sistema Italuís, um dos projetos mais
ousados e extensos da América Latina na área de abastecimento de água.
“Acontece que os anos se passaram e ninguém mais se preocupou em
modernizar e ampliar o sistema, o que gerou o colapso a que hoje estamos
assistindo”. O prefeito atribui os transtornos à inoperância do governo
estadual, que relegou a situação da água e do esgoto a um plano
secundário.
O prefeito
explicou que os termos da concessão dos serviços serão analisados com
rigor pela comissão municipal. “Se forem identificados descasos e falhas
operacionais no serviço, a Prefeitura poderá intervir e até cancelar a
concessão. Claro que para isso vamos utilizar todos os meios legais
necessários, ou para resolver o problema de vez ou para obrigar o Estado
a resolvê-lo”, frisou Castelo.
A
comissão multidisciplinar da Prefeitura será presidida pelo assessor
especial João Rodolfo Ribeiro Gonçalves e terá como membros os seguintes
secretários: José Reinaldo Tavares (Governo), Francisco de Assis Coelho
(Procuradoria), Liviomar Macatrão (Turismo), Afonso Lopes (Meio
Ambiente), Raimundo Freire Cutrim (Assuntos Políticos). Francisco Barros
(Projetos Especiais), Santiago Servin (Saúde), Marcos Aurélio Freitas
(Obras) e Luiz Carlos Magalhães (Segurança com Cidadania).
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